Projeto i-Mídi@s

Concepção

O estudo da Língua Portuguesa para o educando do ensino médio é, quase sempre, considerado desmotivante e/ou muito difícil, sem nenhuma conexão com sua realidade, exigindo-lhe a memorização de um número significativo de regras, cujas origens e finalidades são por ele desconhecidas.

Por ser a Língua Pátria o educando erroneamente acredita que sabe ler e escrever corretamente. Assim, o que se pretende com I-Midi@s é estabelecer uma estreita relação prazerosa com a Leitura Reflexiva e/ou Crítica e a estimulação de Produção de Gêneros Textuais inéditos pelos educandos.

 

Muitas dificuldades estão presentes no processo de ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa, principalmente porque o professor utiliza o livro didático, como única fonte para estudo e resolução de questões lingüísticas, já resolvidos por outros, resultando numa rotina enfadonha e ineficaz.

Outro aspecto a destacar no ensino da Língua Portuguesa, reflete na crença de que a formalização de conceitos lingüísticos representa a língua erudita, ou seja, se o educando sabe ler e escrever corretamente, é porque além de dominar os conhecimentos lingüísticos comunicativos básicos, facilita no estudo e pesquisa com propósito do correto entendimento dos diversos conceitos de uma determinada área do conhecimento, feito de maneira simples, clara e organizada, é de vital importância para um processo de aprendizagem mais eficiente, condição imprescindível antes mesmo de o educando ser solicitado a aprofundar-se na matéria.

O que se observa, sobretudo na Língua Portuguesa do ensino médio, é um processo ensino-aprendizagem apoiado principalmente na transmissão unilateral dos conteúdos por parte do professor e na capacidade de o educando copiar e memorizar, desprezando-se uma aprendizagem mais autônoma, reflexiva, construída de forma colaborativa, que traga significados para o educando.

As dificuldades de aprendizagem do educando, quando admitidas, geralmente são atribuídas à carência de recursos e à falta de apoio ou orientação dos supervisores, transferindo-se assim, a responsabilidade do professor para outros atores do processo pedagógico. O aluno, por sua vez, é tratado como uma "tábula rasa", onde toda a sua experiência anterior é desprezada, sendo-lhe impostos ensinamentos desvinculados de sua realidade e do seu cotidiano.

Faz-se então necessário trabalhar esses aspectos antes de aprofundar os conhecimentos da Língua Portuguesa, ficando evidente que se o professor não repensar a sua forma de “ensinar” Português, geralmente seguindo rigorosamente o conteúdo de um livro texto, continuará a existir o grande desinteresse que nossos alunos têm por essa disciplina.

Tendo em vista as considerações acima, formulou-se a seguinte hipótese que norteou este projeto: uma proposta pedagógica que implemente as idéias sobre aprendizagem significativa de David Ausubel, mediante a utilização de estratégias computacionais, poderá facilitar a compreensão dos textos de Português lecionados no ensino médio.

O objetivo geral deste projeto, portanto, foi a produção de um programa de computador que, aliado a estratégias pedagógicas utilizadas pelo professor, e aos princípios da aprendizagem significativa de David Ausubel, fosse capaz de facilitar o processo ensino-aprendizagem na área da Língua Portuguesa, trabalhando especificamente os conceitos básicos lingüísticos e textuais desta disciplina.

Para atingir o objetivo geral proposto, os seguintes objetivos específicos foram perseguidos:

1. Desenvolver uma ferramenta multimídia web, abordando os conceitos básicos da língua portuguesa relativos a leitura reflexiva e critica e a produção de gêneros textuais, para ser usado como organizador prévio, de acordo com a concepção educacional de Ausubel.

2. Utilizar o I-Mídi@s como ferramenta de apoio pedagógico na disciplina da língua portuguesa do ensino médio, a partir dos seguintes pontos, usados como eixo de sustentação: • Trabalhar os conceitos básicos da leitura reflexiva, no inicio do primeiro ano do ensino médio, sem rigor lingüístico e partindo de experiências do cotidiano do aluno, dispensando modelagens mais abstratas.

3. Facilitar a postura argumentativa e discutir os conceitos de forma coletiva, a fim de conhecer aprendizagens anteriores e concepções espontâneas dos alunos, relacionadas aos conceitos básicos de Cinemática. • Confrontar as concepções espontâneas percebidas nos alunos com aquelas aceitas cientificamente. É sempre possível partir das idéias prévias dos alunos e fazer esse confronto, mostrando que as concepções cientificas explicam, de forma mais ampla, os fenômenos observados.

Visando atingir o objetivo prescrito neste projeto, bem como, verificar a veracidade da hipótese apresentada a priori, foram desenvolvidas as seguintes etapas:

• Pesquisa bibliográfica, cuja finalidade foi a escolha de um referencial teórico para o embasamento deste trabalho. Nesse sentido, a teoria cognitiva de David Ausubel, sobre a aprendizagem significativa, norteou a implementação do programa computacional.

• Desenvolvimento do I-Midi@s, como Software Educacional, de Autoria, na concepção de software livre, que visa facilitar a Leitura e a escrita, através de facilidades para a leitura critica e/ou reflexiva e produção de gêneros textuais, matéria do currículo do ensino básico, fundamental da disciplina: Língua Portuguesa do 1o ano do ensino médio.

• Aplicação do I-Midi@s em duas turmas do 1º ano do ensino médio da EEEP Joaquim Antonio Albano, sendo que, em cada turma, parte dos alunos teve acesso ao ambiente (turma experimental) e a outra parte não o utilizou (turma de controle).

• Análise dos dados quantitativos, com base no rendimento dos alunos em Leitura e produção de Gêneros Textuais, tendo como comparativo a média das avaliações dos alunos, conforme critério acima mencionado.

II. Algumas razões para se trabalhar com o I-MÍDI@S

É útil e divertido

É sempre necessário termos um motivo genuíno para fazer algo e, realmente, não há nada que legitime mais uma atividade que o fato de ela ser útil e divertida. Um Gênero textual no I-Mídi@s é desenvolvido assim: estudar sobre sua concepção, ler textos semelhantes do mesmo gênero textual , pensar e escrever. E depois os colegas comentam. Rapidamente, tanto o professor como educandos viram “autores” e, ainda por cima, tem o privilégio e ver a reação de seus leitores. Como os gêneros costumam ter uma formatação e linguagem própria, bem gostosa de escrever e de ler, não há compromisso nem necessidade de textos longos, apesar de eles não serem proibidos. Como também é possível inserir imagens, animações, áudios e vídeos, o educador tem uma excelente oportunidade de explorar essas linguagens tão atraente para qualquer leitor, o que aumenta ainda mais a diversão. O educando, como qualquer “leitor na qualidade de escritor”, rapidamente descobrirá a magia da repercussão de suas palavras digitais e das imagens selecionadas (ou criadas).

• Aproxima professor e educandos

Com o hábito de escrever e ter seu texto lido e comentado, não é preciso dizer que se cria um excelente canal de comunicação com os educandos, tantas vezes tão distantes. Além de trocar idéias com a turma, o que é um hábito extremamente saudável para a formação dos educandos, no i-mídi@s, o professor faz isso em um meio conhecido por eles, pois muitos costumam se comunicar por meio de sítios de relacionamentos. Já pensou se eles puderem se comunicar com o seu professor dessa maneira? O professor “tutor” certamente se torna um ser mais próximo deles. Talvez, digital, o professor pareça até mais humano.

• Permite refletir sobre suas colaborações

O aspecto mais saudável do i-mídi@s, e talvez o mais encantador, é que as publicações, em qualquer gênero textual, podem ser comentados. Com isso, o professor, como qualquer “escritor”, tem inúmeras oportunidades de refletir sobre as suas colocações, o que só lhe trará crescimento pessoal e profissional. A primeira reação de quem passou a vida acreditando que diários devem ser trancados com cadeado, ao compreender o que é um gênero textual, deve ser de horror: “Mas pensemos por outro lado: que oportunidade maravilhosa poder descobrir o que os outros acham do que dizemos e perceber se as pessoas compreendem o que escrevemos do mesmo modo que nós! Desse modo, podemos refinar o discurso, descobrir o que causa polêmica e o que precisa ser mais bem explicado ao leitor. O educando “escritor” certamente começa a refletir mais sobre suas próprias opiniões, o que é uma das práticas mais desejáveis para um mestre em tempos em que se acredita que a construção do conhecimento se dá pelo diálogo.

• Liga o professor ao mundo

Conectado à modernidade tecnológica e a uma nova maneira de se comunicar com os educandos, o educador também vai acabar conectando-se ainda mais ao mundo em que vive. Isso ocorre concretamente no i-mídi@s por meio dos links , que significam “elos”, que ele é convidado a inserir em seu espaço. Os Gêneros textuais produzidos com auxilio do I-Míd@s reservam espaços para links, imagens, animações, áudios e videos, logo o professor no AVA “I-Mídi@S” acabará por dar algumas sugestões ali. Ao indicar um link, o professor se conecta ao mundo, pois muito provavelmente deve ter feito uma ou várias pesquisas para descobrir o que lhe interessava. Com essa prática, acaba descobrindo uma novidade ou outra e tornando-se uma pessoa ainda mais interessante. Além disso, o I-Mídi@s é um instrumento para conectar o leitor a fontes de consulta provavelmente interessantes. E assim estamos todos conectados: professor (tutor), seus colegas, educandos e mundo.

• Amplia a aula

Não é preciso dizer que, com tanta conexão possibilitada pelo I-Mídi@s, o professor consegue ampliar sua aula. Aquilo que não foi debatido nos 50 minutos que ele tinha reservados para si na escola pode ser explorado com maior profundidade em outro tempo e espaço. educandos interessados podem aproveitar a oportunidade para pensar mais um pouco sobre os gêneros textuais e suas utilizações comunicativas, o que nunca faz mal a ninguém. Mesmo que não caia na prova!!!

• Permite ao educando trocar experiências com outros colegas

O educando através do I-Mídi@s, dotado de recursos facilitadores e divertidos, em mãos, também é possível que os colegas educandos entrem nos portfólios uns dos outros. Essa troca de experiências e de reflexões certamente será muito rica. Em um ambiente onde a comunicação entre pares é tão entrecortada e limitada pela disponibilidade de tempo, até professores de turnos, unidades e mesmo escolas diferentes poderão aprender uns com os outros. E tudo isso, muitas vezes, sem a pressão de estarem ali por obrigação. (É claro que os gêneros mais divertidos publicados serão os mais lidos e comentados.

• Torna o trabalho visível

Por fim, para quem gosta de um pouco de publicidade (Marketing), nada mais interessante do que saber que tudo o que é publicado (até mesmo os comentários) no I-Mídi@s fica disponível para quem quiser ver. O professor que possui textos tem mais possibilidade de ser visto, comentado e conhecido por seu trabalho e suas reflexões. Por que não experimentar a fama pelo menos por algum tempo? Antes de fazer seu próprio texto do gênero de sua preferência, vale a pena consultar as publicações de algumas pessoas comuns e/ou dos mais conhecidos profissionais. Faça uma busca livre pela Internet para descobrir o que se faz nos gêneros textuais da atualidade, pelo mundo afora e (re)invente o seu!!!