Diretora da OMS diz que mundo vive começo da 4ª onda de Covid e faz alerta sobre carnaval no Brasil
Mariângela Simão diz que o aumento de casos em alguns países da Europa tem relação com populações não-vacinadas.
Por g1
23/11/2021 17h03 Atualizado há 22 horas
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Mariângela Simão, diretora adjunta para acesso a medicamentos da Organização Mundial de Saúde — Foto: Reprodução/OMS
A diretora-Geral assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Acesso a Medicamentos, Mariângela Simão, afirmou que o mundo está entrando em uma quarta onda de casos de Covid-19 e que, apesar dos dados atualmente positivos, o Brasil não pode relaxar no controle da doença. A mobilização em torno do carnaval é um dos pontos de preocupação apontados pela diretora.
"Me preocupa bastante quando vejo no Brasil que tem discussão sobre a abertura do carnaval. Isso é realmente uma condição extremamente propícia para aumento da transmissão comunitária. Precisamos planejar já as ações para 2022", disse Mariângela Simão na segunda-feira (22) na abertura no Congresso Brasileiro de Epidemiologia.
Nesta terça-feira, reportagem do g1 apontou que ao menos 43 cidades de SP cancelam carnaval em 2022 por conta da pandemia. As prefeituras temem nova onda de Covid. Na capital paulista, a gestão municipal manteve o cronograma e quer criar comitê com Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Belo Horizonte para tomar decisões de forma conjunta.
A diretora da OMS citou o carnaval no Brasil enquanto analisava quais devem ser as estratégias globais no atual momento da pandemia. Ela ressaltou, entre outros pontos, que o momento exige políticas públicas baseadas em evidências científicas.
Mariângela disse que é preciso apoiar "reaberturas seguras", com gerenciamento de risco adaptado a cada contexto local. E foi nesta avaliação que a diretora fez o alerta sobre sua preocupação com a folia nas cidades brasileiras.
Quarta onda da pandemia
O debate sobre a realização do carnaval ocorre no momento em que o Brasil vê a curva de casos e mortes em queda, e países da Europa enfrentam o ressurgimento dos casos. Durante sua palestra no Congresso Brasileiro de Epidemiologia, Mariângela Simão afirmou que é visível a "ressurgência de casos de Covid-19 na Europa".
"Tivemos nas últimas 24 horas mais de 440 mil novos casos confirmados. E os dados cumulativos são 255 milhões de casos e 5,1 milhões de óbitos. E é claro que isso reflete uma enorme subnotificação em vários continentes. O mundo está entrando em uma quarta onda, mas as regiões têm tido um comportamento diferente em relação à pandemia", disse Mariângela.
Mariângela apontou ainda que a transmissão permanece concentrada em populações suscetíveis e onde as medidas sociais e de saúde são usadas de forma inconsistente.
"Este é um dos fatores determinantes da ressurgência de casos na Europa. Os surtos que estão havendo em diferentes países europeus são por conta do aparecimento de casos em pessoas não vacinadas", disse Mariângela.
Professor de Redação diz que tema foi ‘inesperado, mas oportuno’ no Enem 2021 em Teresina
Professor Thiago Morais acredita que alunos conseguiram escrever mesmo sendo tema inesperado.
Por Caroline Oliveira, g1 PI
21/11/2021
O professor de Redação, Thiago Morais, comentou sobre o tema da prova deste domingo (21) no Enem 2021 que abordou "invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil". Ele afirmou que o assunto não era esperado pela maioria dos professores e pelos alunos, mas que era uma discussão com várias vertentes.
“Não era esperado pela maioria dos professores e muito menos dos alunos, mas um tema bom, oportuno, que dava para discutir as vertentes estatais no tocante a precária infraestrutura de expedição de documentos, pelas secretárias dos órgãos responsáveis, que é tanto que se culmina no Brasil hoje, em quase três milhões de brasileiros, habitantes de fato, sem registro nenhum”, destacou.Ele disse que acredita que este tema possa ter surgido na pauta por causa da vacinação contra a Covid-19, já que para se vacinar é preciso ter a carteira de vacinação que só é possível se tiver o registro civil.
“Se você não tem um registro civil, você não tem um título de eleitor, um passaporte, a (carteira de) vacinação e por ai vai. Isso foi verificado com essa vacinação contra a Covid-19, então esses números alarmantes, muito provavelmente, pode ter colocado em voga da FGV e ter colocado como pauta de tema”, explicou.
Thiago Morais ainda deu dicas sobre como os alunos poderiam abordar o tema, levando em consideração a precária infraestrutura do estado para emissão desses documentos e a falta de interesse da sociedade em cobrar uma melhoria desse serviço.
“A vertente estatal sobre o registro civil no tocante a incapacidade de o estado prover, cuidar, zelar, colocar todo o maquinário e infraestrutura para fazer a emissão desses documentos, mas também a sociedade que na outra ponta se mostra um tanto quanto inoperante passível, apática, que pouco atua, que cobra dos órgãos competentes do poder público, os seus direitos, que são inalienáveis e estão preconizados no artigo V da Constituição”.E completa: “Um tema muito bom que daria para colocar como as propostas de intervenção o estado, ampliar programas e projetos contundentes de maneira pontual e expansiva nos mais recônditos locais brasileiros e também a sociedade aliada à família, escola, programas projetos, palestras com profissionais competentes no ramo da emissão de identidades de registros civil numa gama significativa de pessoas que possa tornar isso cultural essa emissão e consequentemente a cidadania”, finalizou o professor que acredita que seus alunos conseguiram desenvolver bem seus textos sobre o assunto.
No Piauí, mais de 73.155 candidatos estão aptos a realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos dois próximos domingos: dias 21 e 28 de novembro. Realizarão as provas impressas pouco mais de 72 mil candidatos e quase 1 mil farão a versão digital do Exame.
ESCORREGÕES NO PORTUGUÊS 22-05-2020
DERRAPADA GRAMATICAL
MARIA FERNANDA prepara-se para o próximo ENEM. Zelosa na prática do bom português, a jovem me enviou uma mensagem encontrada na rede social. “Estranhei a quantidade de derrapadas gramaticais. Trata-se de um texto de profissional da imprensa”.
Repare e tire suas conclusões: “Nós como altoenses ficamos triste com a situação que nossa cidade se encontra. Calamidade mesmo em todos os locais. Esse ano tem eleição, esperamos que não continue o mesmo grupo. Rua que dar acesso a minha residência, isso é no centro atrás do mercado público de altos, pra sair pra trabalhar preciso passar por ai, a unica maneira de passar é a pé e molhando as pernas até a altura do joelho”.
O texto, nobre Fernanda, merece palmatória, considerando-se que foi produzido por profissional da imprensa,
de quem se espera mais apuro gramatical. VEJA e COMPARE:(correções aparecem em destaque)
“Nós, altoenses, ficamos tristeS com a situação EM QUE a cidade se encontra. Calamidade em todos os locais.
Esse (ESTE) ano tem (OCORRERÃO) eleições. Esperamos que não continue o mesmo grupo QUE COMANDA O MUNICÍPIO. A rua que dar (DÁ) acesso a (À) minha residência, isso (ISTO) é (,) no centro (,) atrás do Mercado Público de Altos(.) PARA ME DIRIGIR AO trabalhO(,) preciso passar por ai (ALI), a unica (ÚNICA) maneira ENCONTRADA é IR a pé e molhando as pernas até À altura do joelho.
ELMAR CARVALHO
O juiz, poeta, crítico, escritor e membro da ACADEMIA PIAUIENSE DE LETRAS, enviou-me seguinte e-mail:
Nestes tempos de covid-19, fiquei com algum tempo livre para escarafunchar ideias em que já não pensava há muito tempo. Quando jovem, achava elegante usar MESÓCLISE, um hábito tanto pernóstico ou afetado, usava-a com parcimônia... Lançava mão de artifício para evitá-la, Contudo, hoje, vejo constantemente o verbo no FUTURO DO PRESENTE ou no FUTURO do PRETÉRITO, iniciando uma frase, mas com o pronome átono ANTES do verbo. Diante disso, pergunto: o regramento gramatical já está aceitando a PRÓCLISE a que me referi?”
Nobre ELMAR, louvo-lhe a nobreza e simplicidade ao se dirigir a este modesto professor, que você me costuma chamar de MESTRE. Ser simples é não ser composto. Sua indagação expressa boa dose de humildade.
Observe os exemplos e explicações abaixo: a) PRONOMES ME, TE, SE, LHE (LHES), O, A, OS, AS, NOS, VOS. O brasileiro costuma usar os pronomes acima ANTES do verbo (PRÓCLISE): Me disseram que você não viria; Nos veremos em breve. Ora, só devemos usar PRÓCLISE somente em alguns casos que estabelece GRAMÁTICA: NÃO te verei amanhã; EMBORA lhe pareça incorreto, assine este documento, EU te proponho um acordo; NINGUÉM me impedirá calar a boca.
B) ATENÇÃO PARA OS VERBOS NO FUTURO DO PRESENTE OU DO PRETÉRITO: Não use PRÓCLISE (ANTES), mas MESÓCLISE (no MEIO): Levar-te-ei ao shopping; NÃO te levarei ao shopping; levá-la-ei ao shopping; NUNCA a levarei ao shopping. Dir-lhe-ia que também não irei; EU lhe diria que não me importa ir.
OBSERVAÇÃO: Em PORTUGAL, é comum usar pronome e verbo em SEGUNDA PESSOA, e não na TERCEIRA PESSOA: Afirmo-te que estou bem; no BRASIL: Eu lhe afirmo que estou bem. No BRASIL é VOCÊ, LHE; já em PORTUGAL é TU, TE.
Meu nobre ELMAR CARVALHO, você disse bem: o uso da MESÓCLISE É PERNÓSTICO. Tem razão. Não se espante se você encontrar um estudante, em PORTUGAL, propondo à sua amada: “Querida, levá-la-ei ao cinema”. E no BRASIL: “Querida, levá-la-ei ao cinema”. Muita frescura, não? SABE QUE VOCÊ, ELMAR, TEM RAZÃO?!
ESCORREGÕES NO PORTUGUÊS - 23-02-19
José Maria Vasconcelos,
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SÉRGIO MORO
Professora Geórgia, uma das sócias do Colégio Mais, de Timon, pediu-me para comentar a seguinte mensagem, divulgada por conhecida e fervorosa guerrilheira petista: “Declaro guerra a Sérgio Moro e a sua bancada, agora pegaremos em armas para fazer revolução igual a 59 anos atrás”.
Cara Professora Geórgia, se a deslumbrada deputada pensou em revolução IGUAL A 59 ANOS ATRÁS, deveria se preparar para outra guerra: explicar melhor a expressão usada: ficaria correto, IGUAL À REVOLUÇÃO DE 59 ANOS ATRÁS. Ou mais precisamente, IGUAL À DE 59 ANOS ATRÁS. Não me parece correto, IGUAL HÁ 59 ANOS, eliminando o redundante termo, ATRÁS, uma vez que o adjetivo IGUAL exige preposição A, que não pode ser confundido com o verbo HÁ.
A BALA OU À BALA?
Advogado Carlos Moreira escreveu-me: “Veja, por favor, o trecho de um artigo na revista Época, onde se lê: ... Policiais foram atacados a bala...” Há ou não a ocorrência de crase? O verbo atacar não seria transitivo indireto?
Caro Moreira, recomenda-se observar a clareza, e crasear para não ocorrer dupla interpretação: Matar a bala/Matar à bala. Exige-se crase, para não morrer a coitada da bala. Outros exemplos: Foi caçada a bala (a bala foi caçada); Foi caçada à bala (ação policial); Bateu a máquina (deu um choque ou pancada...); Bateu à máquina (escreveu); Cortou a faca (cortou a própria faca); Cortou à faca; Vendeu a vista (vendeu os olhos); Vendeu à vista (recebeu a grana).
MANCHETE DO JORNAL
“CAIXA tem recursos, mas o que faltam são projetos”. Falta mais, a concordância verbal: o verbo FALTA, no singular, porque o sujeito é O (= isto, aquilo).
“O dia Internacional da Mulher, este ano, mais do que nunca, está carente, de solidariedade, pois cresceu, e muito, as agressões aos usuários de batom”.
O jornalista agrediu não só o BATOM, mas a concordância verbal correta: CRESCERAM AS AGRESSÕES.